AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Nos últimos anos a sociedade encarou
diversas mudanças nos âmbitos social, político e tecnológico. Isso reflete de
forma direta na educação, tendo em vista a quantidade, velocidade e rapidez com
que a informação é processada. Devido a isso pesquisas em educação apontaram a
importância em estimular a autonomia do aluno, conhecido como a autorregulação,
que permite que o indivíduo utilize plenamente suas competências controlando a
aprendizagem. Assim este modelo obriga o professor e aluno a repensarem suas
práticas para que possam agir autonomamente e criticamente em relação à
sociedade.
Essa autorregulação é determinada como
a posse consciente, conhecedora e controlada dos meios de aprendizagem,
permitindo ao aluno adquirir, organizar e transformar as informações adquiridas
ao longo do tempo, sendo um ato pessoal e intencional do aluno, em que ele está
em posição de construir seu próprio conhecimento. E neste modelo o professor
pode ter um papel fundamental na sua ação educativa, em que ele deve instigar e
não apenas ter a tarefa de ensinar, cabe a ele fazer com que os alunos se
interessem e se sintam cada vez mais motivados a ir a busca do conhecimento.
Deste modo para que a relação de
autonomia ocorra é necessário, que quando o professor se deparar com a opinião
de um aluno que diverge da dele isso tem que ser tratado como um estímulo e o
respeito deve permanecer, sendo assim a melhor forma de educar.
A autorregulação apresenta fases:
1. Antecipação
e definição de objetivos
Influenciada por conhecimentos prévios
e crenças de auto eficácia, o valor que o estudante atribui a sua capacidade
influencia diretamente seu empenho para a mesma.
2. Planejamento
Estratégico
Seleção e organização de estratégias e
meios de estudo pelo estudante.
3. Monitorização/execução
e controle volitivo
Execução da estratégia de estudo
traçada, com observação consciente dos procedimentos adotados e resultados
obtidos.
4. Autorreflexão
e autorreação
Envolve
os processos de a auto avaliação que pode determinar a correção ou a aversão a
situações problemáticas.
Além disso, é essencial o
desenvolvimento de competências metacognitivas e comportamentais que permitam
ao estudante, por exemplo: saber diagnosticar o que sabe e o que necessita de
aprender; saber estabelecer planos de aprendizagem (determinar os objetivos,
selecionar as estratégias, organizar as tarefas, avaliar os resultados); saber
monitorizar os procedimentos utilizados (testar-se, avaliar-se, corrigir-se).
Essa
autorregulação do processo feita a partir dos alunos foi aplicada em algumas
turmas, prioritariamente no "ensino secundário", assim chamado pelo
autor, em um dos artigos estudados.
Na
temática das avaliações matemáticas na escola, os professores propuseram
atividades colaborativas a seus alunos, que é elaborado em função do feedback.
Com os
resultados das primeiras atividades, os professores passaram o feedback aos
grupos e através desse retorno, os alunos tiveram a autonomia de refazer ou não
seus trabalhos.
Como
resultado, o autor cita o depoimento de uma das professoras participante, em
que o feedback foi realçado pela importância de avaliar o trabalho do aluno.
Onde ela selecionou algumas tarefas, em que pretendia que cada situação
proporcionasse, aos alunos, a oportunidade de se esforçarem na compreensão da
tarefa. Entre as razões apontadas por
ela, está a necessidade de os alunos desenvolverem a sua autonomia, de forma a
serem capazes de responder, sem ajuda, às questões da avaliação sumativa
formal. A professora ainda disse que os
alunos evoluíram na qualidade dos trabalhos que produzem e que se tornaram mais
autônomos.
Também foi realizado um estudo de caráter
qualitativo e exploratória, apresentado em outro artigo, no qual se investigou
as características pedagógicas que propiciam a construção do processo de
autonomia na relação entre professor e estudante, nos cursos de graduação em
Educação Física - Licenciatura. Esse estudo foi feito por meio de entrevista
semiestruturada.
As considerações mais importantes que os
professores relataram foi a de um perfil de professor mais próximo em relação
ao estudante, além de deixarem claro do gosto pelo que fazem. Também é perfil
do professor que estimula a autonomia fazer com que todos os estudantes façam
parte, de forma que nenhum fique excluído.
Na visão dos estudantes o perfil do professor que
estimula a autonomia é de um indivíduo amigo, aberto ao diálogo, inovador e
renovador do conhecimento, sendo flexível e próximo dos estudantes.
Portanto o método de memorização por repetição
decorando as informações não é suficiente. O aluno precisa compreender as informações, atribuir um
sentido pessoal a elas. E a autorregulação permite que o aluno faça escolhas
críticas, agindo com autonomia para gerir as informações, buscando soluções e
ideias, através de codificação simbólica e condensação dessas informações.
Como
nos estudos apresentados, onde este método melhorou a relação entre
professor/aluno, fazendo com que os alunos se sentissem mais a vontade em sala
de aula, além proporcionar um maior interesse nos alunos tanto que a qualidade
dos trabalhos apresentados por eles evoluíram.