sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Resumo:

SILVA, Adelina Lopes da; SIMÃO, Ana Margarida Veiga; SÁ, Isabel. A AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM: ESTUDOS TEÓRICOS E EMPÍRICOS. Revista do Mestrado em Educação, Campo Grande, MS, v. 10, n. 19, p. 58-74, 2004.

Atualmente as pesquisas em educação apontam para a importância em estimular a autonomia do aluno, a autorregulação permite que o indivíduo utilize plenamente suas competências controlando a aprendizagem. Sabe-se que uma parcela de responsabilidade no desenvolvimento desta competência é destinada ao professor, pois professores/formadores que ajudam os seus alunos a serem cada vez mais autônomos, estratégicos e motivados na sua aprendizagem em contexto escolar permitem a utilização dessas estratégias em outros contextos. Portanto as propostas de estratégias que promovam a autonomia devem orientar os planos de formação para professores.  

A autorregulação é determinada como a posse consciente, conhecedora e controlada dos meios de aprendizagem, o que permite ao aluno a construção ativa de seus saberes. A aprendizagem regulada permite o planejamento, organização, controle e avaliação do processo conferindo aporte para uma ação intencional e/ou estratégica. A autorregulação da aprendizagem possibilita a compreensão do significado do que se aprende, a percepção inovadora do conteúdo a ser aprendido e os processos de mudança pessoal durante o ato de aprender. Consequentemente, o estudante está em posição de construir seu próprio conhecimento. Dessa forma a autorregulação da aprendizagem depende das possibilidades que o estudante tem em tomar decisões sobre os objetivos, os meios e as etapas da sua aprendizagem. Segundo a autora "Estudantes que fazem apelo aos processos de autorregulação são mentalmente ativos durante a aprendizagem, exercem um controlo sobre os processos cognitivos, metacognitivos e motivacionais, conducentes à aquisição, organização e transformação da informação e conseguem conferir um significado estratégico ao ato de aprender."

A autorregulação apresenta fases: a) antecipação e definição de objetivos: influenciada por conhecimentos prévios e crenças de auto eficácia, o valor que o estudante atribui a sua capacidade influencia diretamente seu empenho para a mesma; b) planejamento estratégico: seleção e organização de estratégias e meios de estudo pelo estudante; c) monitorização/execução e controle volitivo: execução da estratégia de estudo traçada, com observação consciente dos procedimentos adotados e resultados obtidos, para tal cabe ao estudante a automonitorização, desenvolvendo a percepção da eficácia pessoal; d) autorreflexão e autorreação: envolve os processos de a autoavaliação (autorrepresentação determinada pelas comparações sociais com colegas, irmãos, professores e os pais) que pode determinar a correção ou a aversão a situações problemáticas; processos adaptativos que permite a comparação entre os processos utilizados e os resultados em busca de uma adequação a nova situação ou a reorientação de novas ações.

A aprendizagem estratégica ajuda a desenvolver nos estudantes os processos metacognitivos, motivacionais, volitivos e comportamentais que estimulam e proporcionam a criação de ocasiões para o exercício da autorregulação na definição de objetivos educacionais, na compreensão da leitura, na resolução de problemas, na elaboração de textos escritos, etc., É essencial o desenvolvimento de competências metacognitivas e comportamentais que permitam ao estudante, por exemplo: saber diagnosticar o que sabe e o que necessita de aprender; saber estabelecer planos de aprendizagem (determinar os objetivos, selecionar as estratégias, organizar as tarefas, avaliar os resultados); saber monitorizar os procedimentos utilizados (testar-se, avaliar-se, corrigir-se). A aprendizagem estratégica como o resultado da aquisição de um conjunto de conhecimentos que permitem ao aprendente/estudante saber em que condições (quando), de que modo (como) e com que finalidade (porquê) pode ativar conhecimentos de natureza distinta (conceptuais, processuais e atitudinais).


Fica claro o método falho tradicionalmente aplicado de memorização por repetição, pois ensinar, apenas, um conjunto de tácticas que são empregadas de forma automática e rotineira, levará ao esvaziamento do conteúdo de uma aprendizagem estratégica.

Um comentário:

  1. Importante abordagem e o resumo contribui para a reflexão acerca desta autorregulação da aprendizagem.
    Pode-se partir para a relação entre este conceito e a autonomia, não?

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