Resumo:
SILVA,
Adelina Lopes da; SIMÃO, Ana Margarida Veiga; SÁ, Isabel. A AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM: ESTUDOS TEÓRICOS E EMPÍRICOS. Revista
do Mestrado em Educação, Campo Grande, MS, v. 10, n. 19, p. 58-74, 2004.
Atualmente
as pesquisas em educação apontam para a importância em estimular a autonomia do
aluno, a autorregulação permite que o indivíduo utilize plenamente suas
competências controlando a aprendizagem. Sabe-se que uma parcela de
responsabilidade no desenvolvimento desta competência é destinada ao professor,
pois professores/formadores que ajudam os seus alunos a serem cada vez mais
autônomos, estratégicos e motivados na sua aprendizagem em contexto escolar permitem
a utilização dessas estratégias em outros contextos. Portanto as propostas de
estratégias que promovam a autonomia devem orientar os planos de formação para
professores.
A
autorregulação é determinada como a posse consciente, conhecedora e controlada
dos meios de aprendizagem, o que permite ao aluno a construção ativa de seus
saberes. A aprendizagem regulada permite o planejamento, organização, controle
e avaliação do processo conferindo aporte para uma ação intencional e/ou
estratégica. A autorregulação da aprendizagem possibilita a compreensão do
significado do que se aprende, a percepção inovadora do conteúdo a ser
aprendido e os processos de mudança pessoal durante o ato de aprender.
Consequentemente, o estudante está em posição de construir seu próprio
conhecimento. Dessa forma a autorregulação da aprendizagem depende das
possibilidades que o estudante tem em tomar decisões sobre os objetivos, os
meios e as etapas da sua aprendizagem. Segundo a autora "Estudantes que
fazem apelo aos processos de autorregulação são mentalmente ativos durante a
aprendizagem, exercem um controlo sobre os processos cognitivos, metacognitivos
e motivacionais, conducentes à aquisição, organização e transformação da
informação e conseguem conferir um significado estratégico ao ato de
aprender."
A
autorregulação apresenta fases: a) antecipação e definição de objetivos:
influenciada por conhecimentos prévios e crenças de auto eficácia, o valor que
o estudante atribui a sua capacidade influencia diretamente seu empenho para a
mesma; b) planejamento estratégico: seleção e organização de estratégias e
meios de estudo pelo estudante; c) monitorização/execução e controle volitivo:
execução da estratégia de estudo traçada, com observação consciente dos
procedimentos adotados e resultados obtidos, para tal cabe ao estudante a
automonitorização, desenvolvendo a percepção da eficácia pessoal; d) autorreflexão
e autorreação: envolve os processos de a autoavaliação (autorrepresentação
determinada pelas comparações sociais com colegas, irmãos, professores e os
pais) que pode determinar a correção ou a aversão a situações problemáticas;
processos adaptativos que permite a comparação entre os processos utilizados e
os resultados em busca de uma adequação a nova situação ou a reorientação de
novas ações.
A
aprendizagem estratégica ajuda a desenvolver nos estudantes os processos
metacognitivos, motivacionais, volitivos e comportamentais que estimulam e
proporcionam a criação de ocasiões para o exercício da autorregulação na
definição de objetivos educacionais, na compreensão da leitura, na resolução de
problemas, na elaboração de textos escritos, etc., É essencial o
desenvolvimento de competências metacognitivas e comportamentais que permitam
ao estudante, por exemplo: saber diagnosticar o que sabe e o que necessita de
aprender; saber estabelecer planos de aprendizagem (determinar os objetivos,
selecionar as estratégias, organizar as tarefas, avaliar os resultados); saber
monitorizar os procedimentos utilizados (testar-se, avaliar-se, corrigir-se). A
aprendizagem estratégica como o resultado da aquisição de um conjunto de
conhecimentos que permitem ao aprendente/estudante saber em que condições
(quando), de que modo (como) e com que finalidade (porquê) pode ativar
conhecimentos de natureza distinta (conceptuais, processuais e atitudinais).
Fica
claro o método falho tradicionalmente aplicado de memorização por repetição,
pois ensinar, apenas, um conjunto de tácticas que são empregadas de forma
automática e rotineira, levará ao esvaziamento do conteúdo de uma aprendizagem
estratégica.
Importante abordagem e o resumo contribui para a reflexão acerca desta autorregulação da aprendizagem.
ResponderExcluirPode-se partir para a relação entre este conceito e a autonomia, não?